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O Perdão que Liberta
O perdão então surge não apenas como uma maneira de libertar-se, mas uma maneira de finalmente dar-se a oportunidade de ser aquilo que se é.
Não existe desprendimento, não existe desapego enquanto houver rancor, ódio ou baixa autoestima. Apegar-se a tais emoções já elimina o princípio ativo do desapego e da criação deliberada.
Portanto, sem haver a total abertura da vida, objetiva e subjetivamente, não podemos sair do local onde estamos estancados, seja ele qual for.
A mudança não pode partir da mente, pois que a mente em sendo o observador contumaz, não pode se desvincular de si mesma, já que está maculada por condicionamentos e autoimagens.
A mudança só é possível quando envolve o espírito.
Eis porque o perdão verdadeiro, assim como a gratidão, não tem sua fonte na mente. Eles precisam partir da junção de ambas as polaridades, mente e coração.
Justamente por isso que o primeiro ato deve ser o ato de perdoar a si mesmo e todas as suas falhas que reinam teimosas no mais profundo de seu psiquismo.
Perdoar a si mesmo é entregar-se à sua própria natureza do Ser, deixando-se levar na calmaria da existência.
E não podemos vivenciar a felicidade se ainda teimamos em permanecer inimigos de nós mesmos.
O rancor é um prego que martelamos todos os dias em nossos próprios corações, achando que o sofrimento é poético e que uma hora trará determinada recompensa.
Isso não ocorre. A reincidência apenas cria mais circunstâncias para a perpetuação do sentimento e da mentalização perniciosa.
Somente arrancando o prego do rancor é que se pode começar a caminhar na estrada da liberdade mental e espiritual.
Sem isso, não existe evolução.
Marcos Keld - colaboração Portal Arco Iris
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